Diversos mitos vicejam no universo das empresas e, de tanto serem ditos e repetidos, acabam ganhando status de grandes verdades. Um desses casos é a cultura do custo. Em um momento de dificuldade numa organização, logo aparece quem faça o seguinte diagnóstico: o problema são os gastos elevados. Aí entra em cena o “especialista”, que vai demitir, cortar investimentos em tecnologia e desenvolvimento de pessoas, economizar até no cafezinho.
Ocorre que olhar apenas para o custo é uma atitude obtusa. Os bons empresários acompanham e cobram resultados, não perdem tempo com atividades ou despesas, e têm consciência de que o importante é olhar para um conjunto de três elementos: custo, benefício e desperdício.

Existe uma estreita relação entre eles. Logo, antes de pensar em reduzir custos, é preciso analisar o benefício que cada gasto gera e saber se a empresa está dimensionando adequadamente o que precisa.
O sujeito corta custos, reduz despesas, mas o que isso impacta o resultado final? O cliente está mais satisfeito? Tem mais gente comprando? Custo é o pagamento pelo que se consome ou é o que se desperdiça por ineficiência, comprometendo a eficácia?
O sucesso de um empreendimento acontece quando é tocado de modo eficiente (que é fazer bem feito) e eficaz (que é fazer o certo). Essa é a teoria: fazer bem feito o que é certo.
O “certinho”, que só quer saber dos custos, dificilmente consegue perceber o retorno que cada dispêndio pode proporcionar.

Não é incomum a meta de redução de custos ser cumprida tirando o couro dos fornecedores, pressão que “enforca” e compromete toda a cadeia produtiva.

Não se melhora o resultado de uma empresa apenas reduzindo o preço de aquisição, mas inovando, agregando, com criatividade, valor aos produtos finais, comprando aquilo que é necessário, mantendo satisfeitos os clientes já conquistados e conquistando novos.
Inaceitável é a convivência pacífica com o desperdício. O desperdício de recursos e de tempo é sinônimo de rasgar dinheiro. E esse deve ser o foco das atenções de quem busca melhorar o desempenho de uma companhia.
Os recursos naturais se tornam cada vez mais escassos, e nosso compromisso com as gerações futuras impõe que os usemos com parcimônia.

Uma condição para o êxito nesse sentido é qualificar as pessoas para que sejam capazes de explorar novas oportunidades, melhorar a produtividade e enfrentar com competência o desafio de uma atuação empresarial sustentável, marcada principalmente por um desempenho ambiental melhor.

Autor: Emílio Odebrecht

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